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Integrantes do Gephesf participam de livro sobre a formação e trabalho de professoras e professores rurais no Brasil no século 20.

Três especialistas em educação do campus Petrolina da Universidade de Pernambuco (UPE) participaram de um projeto, com financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que resultou no lançamento de um livro sobre a formação e trabalho de professoras e professores rurais no Brasil no século 20.

Virginia Pereira da Silva de Ávila (professora do colegiado de Pedagogia e do Programa de Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares da UPE – PPGFPPI), Iracema Santos Carvalho dos Anjos (que integra o Grupo de Estudos e Pesquisas em História e Educação no Sertão do São Francisco -GEPHESF) e Eliana Oliveira Nunes de Azevedo (mestranda no Programa de Pós-Graduação do PPGFPPI) tornaram-se coautoras de um capítulo da obra “História e memória da educação rural no século XX”, publicada pela Cultura Acadêmica da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp). Junto com Rosa Lydia Teixeira Corrêa, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC/PR) e Thais Bento Faria, da Universidade Estadual do Maringá (UEM), elas escreveram sobre Políticas de formação de professores primários rurais nos estados do Paraná e de Pernambuco (1930-1960).

Ao todo, o projeto Formação e Trabalho de Professoras e Professores Rurais no Brasil: PR, SP, RS, MA, MG, RJ, MS, MT, PE, PI, SE, PB, RO (décadas de 40 a 70 do século XX), coordenado pela professora Rosa Fátima de Souza Chaloba (Unesp), envolveu pesquisadores de universidades públicas e privadas de 13 estados brasileiros. O trabalho foi desenvolvido entre 2016 e final de 2020. Por causa da pandemia de Covid-19, os últimos encontros foram realizados de forma online para a consolidação do textos finais.

O livro aborda a criação de cursos para professores leigos e como a criação de escolas normais rurais e de escolas normais regionais se tornou uma marca importante da educação rural no Brasil, não no sentido de resolver o problema da educação primária rural, mas de notabilizar experiências históricas. 

No capítulo relativo a Pernambuco e Paraná, as autoras descrevem as experiências nas políticas de formação de professores primários rurais dos dois estados entre as décadas de 1930 e 1960. No Nordeste, Pernambuco estimulou a criação de escolas normais rurais a partir de 1933, visando a permanência das normalistas nos seus locais de origem. Ao lado do Ceará, o estado era o único do Nordeste a ter escolas normais rurais em instalações adequadas, com campo de experimentação agrícola ou postos zootécnicos, segundo inquérito de 1951. A tradição latifundiária e, ao mesmo tempo, a histórica presença de ordens religiosas, fizeram com que, com o passar dos anos, a tarefa da formação do professor rural em Pernambuco ficasse mais a cargo das entidades confessionais do que do poder público.

Os temas levantados pelas pesquisadoras da UPE – como o que motivaria a atuação pernambucana no sentido de atribuir a outrem um dever que era seu – tornam-se um campo aberto de estudos para futuras pesquisas.

Os capítulos do livro foram apresentados no canal da TV Nephel (https://www.youtube.com/c/TVNephelUPEPetrolina) e podem ser acessados pelo link  https://www.youtube.com/playlist?list=PLQAdqHAxVncBJ_Jhey3j-NC3NCZqNNy7R. A publicação em PDF pode ser acessada pelo link https://www.culturaacademica.com.br/catalogo/historia-e-memoria-da-educacao-rural-no-seculo-xx. É preciso fazer um cadastro na editora da Unesp para baixar o conteúdo de forma gratuita.

Paulo Goethe

Imprensa UPE

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